Instituto Estadual do Cérebro terá custeio do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde vai
investir anualmente R$ 45,3 milhões (R$ 3,78 milhões ao mês), valor
equivalente a 50% dos gastos do Complexo Hospitalar – integrado pelo
Instituto Estadual do Cérebro (IEC) Paulo Niemeyer e o Hospital Estadual Anchieta –
com a manutenção de leitos, realização de procedimentos e compra de
medicamentos. O governo do estado do Rio já investiu R$ 80 milhões na
unidade. A nova estrutura do instituto é voltada ao tratamento de
doenças do sistema nervoso, como tumores, doenças vasculares e
degenerativas, além de contar com um Centro de Epilepsia. Estima-se que
serão realizados mensalmente cerca de mil atendimentos ambulatoriais,
200 cirurgias e 1,5 mil exames, entre ressonância, tomografias e
hemodinâmicas.
A unidade será inaugurada nesta terça-feira (30), no Rio de Janeiro, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha e o governador do Rio, Sérgio Cabral.
Também será anunciada a criação de leitos de retaguarda, ou seja, de
apoio ao IEC no Hospital Estadual Anchieta. Esses leitos estarão
preparados para atender os pacientes submetidos a procedimentos
cirúrgicos no instituto.
O IEC conta com Centro Cirúrgico que é integrado por três salas
cirúrgicas, chamadas de ‘salas inteligentes’, que contam com
equipamentos de ponta para realização de neurocirurgias. Nesses
ambientes serão realizadas cirurgias neuronavegacionais, operação menos
invasiva feita por computador e espaço de fisioterapia que reproduz uma
residência para readaptação dos pacientes após Acidente Vascular
Cerebral (AVC). Também é possível efetivar a cirurgia por
videoconferência, possibilitando o intercâmbio de conhecimento com
hospitais do Brasil e de outros países. Há ainda a Sala Híbrida, que
contará com equipamento de ressonância magnética para uso
intra-cirúrgico.
A unidade contará incialmente com 17 leitos de Cuidados Intensivos
(clínicos e AVC adulto), 10 leitos de Unidade Pós-Operatória, 13 leitos
de Enfermaria Adulto; quatro leitos de Cuidado Intensivos (enfermaria de
pediatria); três salas cirúrgicas, uma sala híbrida, nove consultório,
sendo quatro exclusivos para neuropediatria. Para o atendimento
pediátrico haverá ainda dois leitos para crianças que precisem de
sedação na realização de exames, além de mais quatro leitos infantis,
com tratamento de cromoterapia e uma brinquedoteca.
O instituto não terá atendimento de emergência, pois o serviço será
integralmente referenciado pela Central Estadual de Regulação. Após o
primeiro diagnóstico de necessidade de neurocirurgia, o paciente será
encaminhado via Central para realização de consulta e avaliação de
exames e risco cirúrgico. Cada município terá cota de consultas em um
sistema online, de acordo com a sua população. O instituto funcionará no
antigo prédio do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Centro do Rio de Janeiro, cedido pelo Ministério da Saúde.
Unidade Hospitalar –
Já o Hospital Estadual Anchieta, unidade hospitalar que prestará
suporte clínico aos pacientes do IEC, terá leitos de retaguarda para
internação e serviços de atenção em medicina interna, para
complementação terapêutica. Sua estrutura é composta por seis leitos de
Cuidados Intensivos (clínico/adulto), quatro leitos de suporte
ventilatório e 44 leitos de Enfermaria Adulto.
Assistência -O
investimento no Instituto Estadual do Cérebro (IEC) faz parte da
estratégia do Ministério da Saúde em aprimorar toda a rede de
atendimento no SUS, para acelerar a redução da taxa de mortalidade por
AVC. O Ministério da Saúde – que, em 2012, instituiu a Linha do Cuidado
do AVC – orienta que o tratamento deve incluir, necessariamente, a rede
básica de saúde, o SAMU 192, as unidades hospitalares de emergência e
leitos de retaguarda, a reabilitação ambulatorial, o ambulatório
especializado e os programas de atenção domiciliar, entre outras
estratégias de atendimento à população.
A assistência recomendada pelo Ministério prevê o uso do medicamento
alteplase somente em casos de AVC isquêmico. Aplicado até quatro horas e
meia depois dos primeiros sintomas, o medicamento diminui em 30% o
risco de sequelas do AVC. Isso significa a recuperação do quadro
neurológico de mais pacientes comparando-se com aqueles que não recebem o
tratamento com alteplase, além de reduzir em 18% a mortalidade.
Fonte: Regina Xeyla / Agência Saúde