Fones de ouvido e música alta fazem jovens perder audição cada vez mais cedo, diz especialista
Estudos elaborados por universidades de todo o mundo mostram que a perda
de audição tem se tornado cada vez mais comum entre a população jovem. A
causa? A poluição sonora das ruas, as vozes e ruídos intensos no
trabalho e o mais prejudicial e perigoso: o som alto que sai dos fones
de ouvido conectados ao iPod ou aparelho MP3. De acordo com o
otorrinolaringologista do Hospital Federal da Lagoa/RJ,
Leopoldo Simões, nossos ouvidos são capazes de tolerar, sem danos, no
máximo 80 decibéis por até oito horas diárias. “Ouvir musica com volume
muito alto pode ocasionar perda auditiva em virtude de lesão das
células responsáveis pela audição localizadas na orelha interna. Com o
fone é ainda pior, pois a fonte sonora está mais próxima à parte
interior, ao passo que o som ambiente pode se dissipar”, afirma.
Simões diz que a perda auditiva gradual é comum a partir da terceira e
quarta décadas da vida, tanto por fatores genéticos quanto ambientais.
Com o abuso de tecnologias sonoras, os jovens acabam acelerando esse
processo. Em alguns casos, o prejuízo não pode ser recuperado. “A perda
de audição pode ser reversível dependendo da causa. O reestabelecimento
visa substituir a função da estrutura acometida, fazendo com que a onda
sonora seja transformada em onda elétrica até sua chegada ao córtex
cerebral, onde teremos consciência do som captado no ambiente”,
explica o médico.
Sejam jovens ou com mais idade, todas as pessoas que trabalham com fones
de ouvido – como os atendentes de telemarketing e recepcionistas –
devem ficar atentas à saúde auditiva. “Eles devem fazer rodízio de
orelha a cada 45 minutos ou hora de trabalho, para descanso
alternado.” Também é importante fazer exames de audiometria a cada seis
meses ou anualmente, de acordo com o caso, e evitar ambientes com ruídos
intensos.
O médico afirma ainda que é comum não perceber a perda de audição
imediatamente e que muitas pessoas só descobrem o prejuízo auditivo
quando o quadro está mais agravado. “Normalmente quem está começando a
perder a audição não se queixa. Mas à medida em que o déficit aumenta, o
indivíduo começa a reclamar que as pessoas estão falando baixo e que
não consegue entender o que os outros falam. Na realidade, é a audição
dele que já está em perda, pelo menos moderada.”. Ao perceber qualquer
alteração no ouvido ou na audição, é imprescindível buscar ajuda de um
otorrinolaringologista.
Fonte: Larissa Domingues / Agência Saúde