
Ela pode promover dores de cabeça ou pescoço, ruídos articulares
(estalos), zumbidos ou plenitude no ouvido, travamento ao abrir ou
fechar a boca, limitação de abertura bucal, desgaste nos dentes e
dificuldades na mastigação. Pode modificar características
psicossomáticas do indivíduo reduzindo a sua qualidade de vida.
Considerações gerais
A DTM está relacionada principalmente a hábitos parafuncionais como o
apertamento e/ou rangido dental, traumas na cabeça ou pescoço,
má-postura, mordida instável, má-oclusão e stress emocional. A etiologia
das DTM é multifatorial incluindo a oclusão bucal, disfunções da
articulação, fatores neuromusculares e psicogênicos. Logo é importante
identificar quais os fatores envolvidos em cada paciente, devendo estar
em mente que a articulação temporo-mandibular uma articulação complexa,
com várias estruturas que podem desencadear a dor. Assim o atendimento
dessa afecção por uma equipe multiprofissional, que inclua médico,
dentista, fisioterapeuta, psicólogo e fonoaudiólogo. As DTM são
consideradas na atualidade um sub-grupo de disfunções músculo
esqueléticas, tendo afecções reumatológicas entre as suas causas.
Aspectos envolvidos
Trauma: microtraumas causados por lesões pequenas e repetitivas devido a
contatos oclusais instáveis; entretanto também ocorrem macrotraumas
devido a lesões da coluna cervical (hiperextensão e flexão), golpes na
mandíbula e na face. É importante salientar que determinados
procedimentos que requerem grande esforço na extensão dos ligamentos e
da cápsula articular durante uma cirurgia bucal prolongada, intubação
orotraqueal (anestesia geral), são responsáveis por 30% dos casos de
DTM. Nem todos os pacientes que sofrem um trauma na coluna cervical
apresentam complicações importantes na ATM, porém outros que sofreram
lesões mínimas negligenciadas na articulação devido a fortes sintomas
cervicais podam desenvolver desordens pós-traumáticas ou ainda cefaléia
crônica. Saúde geral: estudos recentes relataram que pacientes com DTM
apresentam queixas clínicas mais exuberantes e utiliza maior quantidade
de medicamentos. Estatísticas mostram que 66% dos indivíduos com
cefaléia recorrente apresentam um tipo miogênico ou artrogêno de DTM,
sendo que na maioria dos pacientes a busca da cura sempre foi à cefaléia
e não a ATM, ou seja, curar os sintomas e não a causa. Doenças
reumáticas: estas podem acometer as ATM e entre as mesmas temos a
artrite reumatóide do adulto e juvenil, fibromialgia, dor miofascial,
osteoartrose etc... Fatores psicológicos: aspectos comportamentais são
fortemente associados a DTM predispondo e mantendo os sintomas. Não
existe descrição de uma “personalidade das DTM”, porém o componente
psicológico associado é parte importante da abordagem multiprofissional,
sendo essencial ao seu tratamento. A maioria dos pacientes com DTM tem
maior ansiedade e depressão, portanto possuem uma personalidade mais
vulnerável ao estresse. A combinação de disfunções musculares e
articulares freqüentemente está presente no paciente com DTM. Os fatores
neuromusculares, anatômicos e comportamentais atuam em conjunto para o
desenvolvimento destes distúrbios mastigatórios.
Diagnóstico
O diagnóstico das DTMS é basicamente clínico e, requer serem levados em
consideração três fatores predisponentes: Sistêmicos: personalidade e
comportamento Estruturais: discrepâncias faciais, de oclusão,
tratamento dentário e estruturas articulares inadequadas. Traumáticos:
micro e macrotraumas e ainda devido a sobrecarga articular (hábitos
parafuncionais). Entre os fatores que promovem a manutenção do quadro
doloroso temos as tensões mecânicas e musculares, distúrbios metabólicos
e principalmente as dificuldades sócio-emocionais. É realizado com base
na história clínica, antecedentes pessoais, exame clínico geral e do
aparelho locomotor bem como a avaliação da ATM, sendo em alguns casos
realizados exames subsidiários como: radiografias, tomografias
computadorizadas, ressonância magnética além da eletromiografia dos
músculos da mastigação.
Tratamento
É bastante conservador e deverá ser personalizado, com condutas
específicas para cada paciente. A maioria dos casos é tratada pela
promoção do repouso do sistema através de placas estabilizadoras
oclusais, medicamentos, dietas específicas, exercícios fisioterápicos,
compressas, técnicas de relaxamento, além da aquisição de hábitos
saudáveis. Em alguns casos, utilizados o laser e o tens como terapia
auxiliar. A intervenção cirúrgica necessária em raríssimos casos.
fonte:http://www.portaldacoluna.com.br/conteudo.asp?IdMenu=10