Reposição de testosterona tem ligação com infarto e AVC
O uso da reposição de testosterona em homens está associado com um risco aumentado de morte por infarto ou AVC isquêmico, de acordo com os resultados de um estudo feito pela VA Eastern Colorado Health Care System (EUA). O trabalho foi publicado em 06 de novembro no Journal of the American Medical Association.
A
pesquisa incluiu 8.709 homens com baixos níveis de testosterona, que
foram submetidos à angiografia coronariana entre 2005 e 2011. Dentre os
participantes, 20% tinham uma história prévia de infarto do miocárdio,
50% tinham diabetes e mais de 80% possuíam doença arterial coronariana.
No decorrer do estudo, 1.223 homens começaram a terapia de reposição de testosterona.
Após
um seguimento médio de 27 meses, 748 homens morreram, 443 sofreram um
infarto e 519 e tiveram um AVC. Separando a porcentagem de eventos
cardiovasculares entre quem fez ou não reposição, ao final de um ano
10,1% daqueles que não receberam testosterona sofreram algum episódio,
contra 11,3% que fizeram. Ao fim de dois anos, a taxas absolutas foram
para 15,4 % e 18,5 %, respectivamente, e em três anos, as taxas
absolutas foram para 19,9% e 25,7 %, respectivamente.
Em geral, a
utilização de terapia de testosterona foi associada com um aumento no
risco de morte por infarto ou AVC em 29%, e o risco permaneceu
inalterado após o ajuste para a presença de doença da artéria coronária e
outros fatores. Não houve diferença significativa entre as formulações e
vias de administração para a testosterona - embora sejam necessários
mais estudos para avaliar esse aspecto.
Segundo os autores, foi
descoberta uma associação que não é causal, dada a natureza
observacional do estudo. Entretanto, ele fornece algumas evidências de
que a terapia com testosterona pode estar associada a algum risco
aumentado de eventos cardiovasculares adversos. Para os pacientes que
estão iniciando a terapia ou que estão atualmente em tratamento, isso
pode justificar uma discussão com seus médicos sobre os potenciais
benefícios da terapia versus o risco potencial. Os cientistas afirmam
que a decisão deve ser individualizada para cada paciente.
No
momento, não se sabe muito sobre o possível mecanismo que possa
contribuir para o aumento do risco de eventos cardiovasculares em
pacientes tratados com testosterona, mas os estudiosos afirmam que a
testosterona pode aumentar os níveis de hematócrito, afetando a
agregação plaquetária e piorando a apneia do sono. Mais estudos são
necessários para abordar o possível mecanismo.
Nove sinais que indicam baixa testosterona em homens
O
efeito dos hormônios na personalidade das mulheres é bem conhecido,
principalmente na fase da TPM. Mas, e os homens? Eles também são
afetados pela produção hormonal? Sim, a testosterona, principal hormônio
presente no organismo masculino, influencia o comportamento, o
desempenho sexual e também algumas características físicas. A
endocrinologista Ruth Clapauch, da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia, explica que os níveis de testosterona no sangue do homem
caem naturalmente com o passar da idade, aproximadamente 1% ao ano a
partir dos 40. "Dessa forma, é importante incluir a dosagem de
testosterona em seus exames de rotina a partir dessa idade, pois uma
baixa dosagem nesse período pode ser um sinal de alerta para problemas
com a deficiência desse hormônio no futuro", diz. No geral, os níveis
adequados de testosterona variam entre 300 a 900 nanogramas por
decilitro de sangue.
Entretanto, alguns homens podem sofrer com taxas reduzidas desse
hormônio mais cedo do que o esperado, causando uma série de alterações e
sintomas pelo corpo todo, sendo necessária a reposição hormonal.
"Obesidade e doenças crônicas, como bronquite e problemas cardíacos, são
fatores que podem acarretar na alteração do hormônio", explica a
endocrinologista. Entenda como a deficiência de testosterona pode afetar
seu organismo e, na dúvida, converse com seu médico.